terça-feira, 14 de setembro de 2010

Um Barça com alguma pinta de Real

O Barça de hoje tem uma filosofia clara. Vai pela aposta na base. Dela, não abre mão – ainda que, nesta última janela, com a chegada de Sandro Rosell à presidência, tenham existido movimentos no clube para conter o ímpeto do cartola por contratações.

Há quem tenha julgado, por exemplo, a vinda de Mascherano desnecessária. É bem por aí. O argentino foi trazido para um dos setores mais povoados do elenco culé. Ainda assim, cabe observar que, certeiro ou não, mesmo com o avanço sobre o volante, o time catalão segue com um grupo pra lá de pequeno. Guardiola trabalha nesta temporada com algo em torno de 19 jogadores.

É um Barcelona, por assim dizer, que se inspira no Real Madrid. O mesmo Real de 2002, que venceu essa Liga dos Campeões com uma equipe que se resumia, de certa forma, a 15 nomes. Aqueles que somaram mais de 1.000 minutos ao longo do torneio - Salgado, Raúl, Roberto Carlos, Makélélé, Zidane, Hierro, Figo, Pavón, Morientes, Karanka, Guti, Helguera, Solari, Mcmanaman, Casillas e César.

E não vai muito além disso aí – exceção feita a Celades (700 minutos), os demais jogaram muito pouco. Ou seja, é possível conquistar a Europa com um grupo curto de atletas. É isso que pensa Guardiola e seu fiel escudeiro Tito Vilanova.

Em entrevista recente, ele foi claro: “melhor trabalhar com 19 jogadores do que com 25”. Tito sabe que o debate é antigo, que ganhou força na última temporada, mas argumenta que o Barcelona de hoje é um time que se multiplica em campo, versátil, que, na prática, graças a gente como Abidal, Adriano, Maxwell e outros, tem alternativas para qualquer posição que seja.

Para o auxiliar, em um elenco com 20 e tantos caras, alguns acabarão ficando encostados e não poderão dar conta do recado quando solicitados.

É esse o Barça que estreia nesta terça, contra o Panathinaikos, na Liga dos Campeões. Uma Barça com alguma pinta daquele Real dos bons tempos.

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